enquanto se fala do que transcede o céu no Rossio,
entre o velho erudito e o bebé abandonado, o júriolha um fluxo de água e nomeia-o um rio.
é tudo deles
até os ossos dos que já morreram.
e sobre o céu o que eu sei,
é que o olhavas,
sempre te disse que eras o meu astronauta.
de qualquer forma,
sinto a tua falta.
esta camisola que eu visto
não é bem de lã
nem o sol que nasce é bem o amanhã
e o cansaço brilha
sobre as luzes da ribalta.
tudo o que vejo
já foi nosso uma vez.
já tivemos as ruas para estar a sós.
nós já fomos
um pouco mais,
quando acreditávamos piamente
que o que escolhíamos
era a nossa voz.