o evangelista riscava o seu saxofone, com um giz disforme
de uma cor negra e irreconhecível, enquanto lia a sua lista
de nomes de pessoas vivas que ele queria mortas. o seu
esforço tornou-me em arrepios as costas por ser em vão.
o homem velho era morfológico como o fogo, e analógico
com uma arma nuclear maciça, nem era escasso ou irreal
a surpresa que mostrava sempre que alguém o ignorava.
retirou de um livro um folheto que trava entre os dedos,
de tal forma que todos o afastaram do pinhal.
o homem era fogo mesmo !
eu ignorei-o logo, como se fosse uma vítima traumática
de um incesto, e ele aludiu-me como se fosse uma besta.
não há nada que eu temo mais que quando os deuses são
mulheres.
Paulo Oliveira
quarta-feira, 31 de março de 2010
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não digo que perceba perfeitamente o que escreves, mas que gosto, gosto.
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